terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Episódio 2 - A queda do muro de Berlim

O ano é 1991. O muro acabou de cair, no papel e, fora dele, umas partes foram também abaixo. Gorbatchev sai com uma missão cumprida difícil de ser aceite pelas profundas raízes instaladas na Grande União Soviética. Aqui e ali surgem as primeiras maifestações de independência e o surgimento de novos velhos países. A última década do século XX numa azáfama de crises de identidade cultural e de soberanias. A guerra na Europa é uma realidade quase inacreditável. Quem esperava que a Jugoslávia, de repente e a pretexto de não sei bem o quê senão da posse de território geograficamente estratégico, pudesse dividir-se em meia dúzia de pequenas culturas divididas por linhas. Quem diria que, no ano em que a internet aparece, ainda a medo e em jeito de experiência, a globalização tomaria um rumo inverso, o da separação violenta.
Nada disto abalou a minha vontade de conquistar a Terra e de querer pisar todos os metros quadrados pisáveis. A idéia de arrancar pela Europa de combóio era já uma realidade alcançável e, logo em Janeiro começaram a ser traçados os primeiros planos para uma das viagens mais inesquecíveis que fiz.
Orçamentos, locais, condições, necessidades, possibilidades. Palavras-chave para dar crédito à viagem.
Em 1991 não havia multibanco, cada país europeu tinha a sua própria moeda, não haviam telemóveis nem internet. Dito isto agora, em pleno século XXI, parece que estávamos na pré-história da sociedade ocidental. A verdade não está muito longe desta afirmação. Na prática, a Era tecnológica desabrochou no decorrer desta década de 90 que ainda agora estava a começar.
(continua brevemente)

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